Fase 1

A cena, para os não acostumados, poderia ser nojenta e revoltante, mas Sand ja fora um detetive da polícia de Gotham City, e já tinha visto praticamente de tudo, então nais um corpo morto não lhe espantava tanto, mesmo que não fazia nem 1 hora que havia visto Canário viva.

Merda... ela podia estar viva se eu tivesse jogado minhas cartas do jeito certo... mas não se preocupe doçura, eu vou encontrar quem fez isso...

Mesmo que tivessem ficado por apenas alguns minutos no apartamento de Canário, Sand observara detalhes de quem poderia ter cometido o assassinato, era natural para um detetive experiente como Sand sempre ficar observando as coisas, mas quem quer que tenha cometido o crime foi bastante profissional, não havia marcas de luta e muito menos havia deixado algo para trás, a única coisa que Sand pôde detectar é que a arma do homicídio era um objeto pontiagudo e bastante afiado maior que uma faca e menos largo que uma espada... algo como uma...

LANÇA!!! Diabos, a pessoa que estamos procurando acabou de matar uma agente do governo dos Estados Unidos, em um refúgio que aparentemente só era conhecido pelo grupo deles... vou ter que fazer umas perguntinhas pro tal de Relógio...

Ao retornarem ao carro de Relógio, Sand começou seu inquérito, sabia que provavelmente não iria receber informações reveladoras e se as recebece iriam ser bastante vagas, afinal estava lidando com espiões agora.

- Relógio, tu não me pareceu nem um pouco chocado com a morte de um dos teus companheiros, principalmente quando o local do assassinato foi uma casa segura do seu grupo, alguma coisa a comentar... algo que nós devemos saber?? E o que que tu sabe sobre Lanças?? Pelo que eu pude notar foi uma delas que matou a mulher lá trás...

Sand iria ficar prestando atenção nas reações do Relógio, principalmente na parte em que perguntou sobre a Lança, queria tentar notar se o homem estava escondendo algo.

Ao chegar no hangar onde estava Zatanna, Sand apenas comentou:

- Então Za... Zee, qual era a grande urgência?? Fora um cara vestido de tubarão com um buraco de bala na cabeça??

Os Desafiadores do Além estavam novamente juntos, mas para alguns as circunstâncias eram desagradáveis. Zatanna ainda não estava a vontade com a companhia de Morcego, enquanto que Gelo e Sand se depararam com a morte de Canário, que chocou ambos. Naquele momento, Capitão Marvel era o único indiferente aos fatos recentes. Mas se Capitão Marvel era inexpressivo, Sand provou ser um sujeito bem exaltado.
Com um certo ar de indiganação, Sand revelou as suas deduções investigativas da cena do assassinato de Canário e ainda indagou Relógio sobre algumas de suas suspeitas. Por sua vez, Relógio não reagiu bem ao inquérito de Sand, mas se limitou apenas a responder as perguntas, sem iniciar uma discussão, pois ele sabia que não havia necessidade disto agora.

Relógio: - Como assim, eu não fiquei chocado? Eu senti pena pelo que aconteceu com ela! Nós não éramos próximos, mas um antigo amigo meu, também falecido, gostava muito dela! O que você queria que eu fizesse? Estamos correndo contra o tempo, rapaz! E francamente... Eu não sei nada sobre lanças! Não ouvimos nada sobre isto, apenas sobre uma poderosa arma!

Depois Relógio deu as costas para a Sand e voltou sua atenção para Morcego. Os dois iniciaram um diálogo sobre os próximos procedimentos, mas Relógio não gostou muito do que ouviu.

Relógio: - E então? Nós vamos mesmo para a Bavária?

Morcego: - Nós não. Eu vou.

Relógio: - Como assim? Está dizendo que eu não estou incluído nesta missão?

Morcego: - Exatamente!

Relógio: - Você está brincando, certo?

Morcego: - Não sou de galhofas! É provável que a tal arma dos neo-nazistas esteja na Bavária. Isto quer dizer que o nível de periculosidade desta missão é elevado...

Relógio: - E talvez eu tenha mais poder pra lidar com a situação do que você! Já pensou que você corre mais riscos do que eu?

Morcego: - Só por que eu não tenho suas pílulas fortificantes? Ainda assim, eu tenho muitos meios para derrotar alguém como você.

Relógio: - Você vai precisar de mim! Ponto final!

Morcego: - Outra pessoa vai precisar mais ainda. Você esqueceu que está de casamento marcado? O que será de Wendy se você morrer em ação?

Relógio: - Você está tomando esta decisão por causa do que ocorreu com Sublime! Aquilo não foi sua culpa! Você tem que parar de se punir!

Morcego: - Então você quer que aconteça com você o que aconteceu com ele?

Relógio: - Não é isto que eu quis dizer... Mas você vai me dispensar para atacar a base neo-nazista com estes desconhecidos? Vai mesmo confiar sua vida nas mãos deles? O que sabemos sobre eles? Eles podem ser contra-espiões. E se a interferência deles prejudicar a missão? Temos que deter os neo-nazistas a qualquer custo. Não é uma missão em que podemos falhar.

Morcego: - Isto não é discutível, Relógio! Você vai voltar para os EUA e para os braços de Wendy. Se afaste desta vida e construa uma família ao lado dela. Você não terá oportunidade para fazer isto se continuar na vida militar. Mas antes de retornar aos EUA, você vai ter que limpar a cena do crime de Canário. Ninguém poderá saber o que ocorreu. Depois cuide para que ela tenha um enterro digno!



Relógio não disse mais nenhuma palavra. Apenas olhou para Morcego com respeito. Então Morcego e Zinda preparam o avião para a viagem, enquanto Relógio observava a partida. Aquele momento pareceu o prenúncio do fim de uma longa história. Era como estar diante de veteranos de guerra preparados para a última batalha de suas vidas. Para aqueles soldados era realmente o fim de uma jornada.
As portas do hangar já estavam abertas. Zinda orientou os integrantes dos Desafiadores e forneceu equipamentos para a viagem. Então eles zarparam para os céus. Durante o vôo, Morcego ordenou para Zinda voar em altitudes mais elevadas, para escapar de possíveis radares. Isto tornou a viagem mais desagradável para os passageiros, principalmente por conta de uns momentos de turbulência. Apesar das contingências, Zinda seguiu bem as coordenadas deixadas por Morcego e levou o grupo até a tal base na Bavária. Com foi mencionado anteriormente, a base era uma fazenda. Assim que avistou a fazenda, Morcego pegou um paraquedas no avião e fez sinal para que todos os outros fizessem a mesma coisa. Era momento de paraquedismo. Morcego instruiu todos sobre como utilizar os paraquedas.
A decisão de descer com paraquedas foi contestada por Zinda, que esperava por um ataque mais direto, mas Morcego prosseguiu com seu plano.

Zinda Blake: - Por que não atacamos eles de uma vez? Este avião tem muita artilharia! Eu poderia acabar com toda aquela fazenda e você não precisaria se arriscar por lá!

Morcego: - Não mesmo, mocinha! Eles com certeza iriam retribuir seus disparos e este avião seria danificado! Precisamos deste avião intacto para uma fuga de emergência! Vou precisar de você no ar e te chamarei por rádio se for necessário! Depois, nós não sabemos o que eles escondem naquela fazenda, então temos que ser furtivos e discretos!

Após esclarecer os motivos de tanta cautela, Morcego indicou a Zinda o local ideal para os saltos. Zinda sobrevoou a área indicada e Morcego saltou. Não era necessário dizer que os outros tinham que seguir seu rastro no céu. Isto era óbvio. Provavelmente a situação foi tensa para alguns dos Desafiadores, mais precisamente para aqueles que nunca praticaram paraquedismo antes.

Eles caíram numa área coberta por arvores. Eles andaram alguns metros e se depararam com a fazenda. Árvores e arbutos serviram para oculta-los da visão dos vigias. Os vigias que guardavam as entradas não lembravam militares ou mercenários. Mais se pareciam com meros capatazes, típicos em fazendas. Havia três capatazes na entrada da frente da fazenda. Um deles estava com um cão feroz. Os outros dois estavam armados com armas de fogo. Nos fundos era possível notar mais dois vigias. Era improvável que algum deles fosse capaz de oferecer grande resistência, mas o grupo não poderia ser notado por nenhum deles, ou o elemento surpresa estaria perdido. Morcego observou todos estes detalhes com um binóculo, que ele passou aos outros, para que todos estivessem cientes das condições de vigilância. Depois ele ficou pensativo por alguns instantes para pensar numa forma de entrar. Isto também é o que passava pela cabeça dos Desafiadores. Cada passo dali por diante tinha que ser cuidadoso.

*Zatanna observa o diálogo entre Relógio e Batman silenciosamente. Entende perfeitamente os ideais dos dois homens e por isso decide não se meter na disputa. Após tudo ficar resolvido e eles se juntarem no avião, durante o vôo, a maga resolve quebrar o "gelo" e definir algum conhecimento que já deveria ter sido definido entre os 4 companheiros, mas aparentemente não tiveram um tempo para isso. *

" Bom.. já que estamos todos aqui e tudo que podemos fazer é ouvir a turbulência enquanto voamos, quem sabe deveríamos nos propriamente "introduzirmos" uns aos outros? Algo mais útil do que apenas nossos nomes..e sim... o que cada um de nós faz de bom? De agora em diante imagino que saber e poder confiar nas habilidades entre nós irá ser imprescindível.

Eu começo.

Sou Zatanna.. e sou uma maga. Sim, faço magias.. mas normalmente preciso conjurá-las verbalmente. Fora isso, como a mágica por si, ela é bem criativa na sua estrutura e funcionamento."

* E assim olha para os outros companheiros e espera que eles lhe digam também o que sabem fazer.. *

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* Na hora de saltar de para-quédas, Zatanna percebe que alguns de seus companheiros nunca fizeram isso antes.. assim como ela. E isso talvez ponha em risco a missão.. se não houver algum outro método de resolver isso (leia-se : alguém ser carregado) , Zat irá conjurar uma magia para que Sand e Gelo possam descer de maneira segura até o chão. Um dos seus companheiros feridos ou capturados por causa de uma má manobra aérea não seria um bom jeito de começar a investigação. *



(OFF > Pedro, não avancei com a resolução do problema dos guardas para podermos discutir uma boa maneira de lidar com eles todos juntos, e para aproveitar o espaço de tempo para interpretação e informações essenciais. Se possível deixar que postemos 2x antes de dar continuidade ao jogo )

Sand ainda estava frustrado por não ter conseguido nenhuma informação de Relógio, mas sua reação demonstrou que realmente ele e seu grupo estavam do lado dos Desafiadores, e quando Zatanna pede para o grupo "quebrar o Gelo', Sand se pronuncia:

- Oi, meu nome é Sanderson... Putz! Isso pareceu aquelas reuniões do AA... mas enfim, todos me chamam de Sand, eu era um Ex-Detetive da Polícia de Gotham City e eu tenho o poder de... ahm... transformar meu corpo em areia, tanto sólida, me deixando mais forte e resistente quanto em uma forma mais maléavel...

Sand esperava que Gelo não comentasse sobre o "efeito colateral" que seu poder causava...

Gelo observou a discussão entre Relógio e Morcego e não deixou de dar razão ao herói. Na verdade, Morcego só queria poupar o amigo. E isso, no ponto de vista da heroína era uma atitude admirável. Antes de partirem, Gelo foi até Relógio, um tanto sem jeito, e se despediu dele.

- Talvez seja difícil aceitar isso agora. Mas ele se importa bastante contigo. Desculpe, não pude deixar de ouvir a conversa de vocês. - Tora se voltou para os amigos, mas antes de subir no avião disse a ele mais algumas palavras, sorrindo. - Caso não nos vejamos mais, mande lembranças à sua noiva. E seja feliz.

E entrou no avião sem olhar pra trás. Lá dentro, Zatanna iniciou um diálogo, e Gelo se deu conta que os heróis mal se conheciam direito ainda. Ela estava certa. Ouviu as palavras da maga e de Sand com atenção.

- Ah, então é ISSO! Pensei que seu poder fosse ficar pelado quando bem entendesse, mas não seria muito útil. Quer dizer, em certas ocasiões talvez, mas... - Tora ri ao ouvir o comentário de Sand, mas depois tenta ficar séria. - Desculpa. Bom.. sem redundâncias, me chamam de Gelo e eu posso manipular o frio. O que pouca gente sabe é que eu também sou uma ótima atiradora. - retirou a arma do bolso e se deu conta que ainda não havia falado isso pra ninguém. Tornou a guardá-la, falando como se fosse natural uma jovem de vinte anos andar armada por aí. - Bom, uma garota tem que saber se defender, não? Na verdade meus poderes se manifestaram não faz muito tempo.

Os Desafiadores do Além vivenciaram o momento de maior adrenalina até então, saltos de paraquedas. A maioria do grupo nunca praticou paraquedismo antes. Eles se chamavam desafiadores, mas era a primeira vez que desafiavam o céu e a morte daquela maneira. Pelo menos, três deles se sentiram assim, pois Capitão Marvel recebeu dos deuses, o dom de voar, e portanto, não necessitou de paraquedas.
Mais uma vez, Capitão Marvel não compartilhou as mesmas emoções dos demais desafiadores. Ele era muito indiferente ao que acontecia ao seu redor. O que era uma queda livre para o portador do poder de Shazam? Apesar da atitude "blasé", Capitão Marvel se preocupou com a segurança de seus colegas e flutuou próximo deles para o caso de alguém necessitar de seu auxílio para descer.
A magia de Zatanna não surtiu muito efeito, pois seu encanto não foi específico, uma vez que a feiticeira não determinou como Sand e Gelo seriam beneficiados. Portanto, a ajuda do Capitão Marvel foi mesmo providencial. Mas as ações do Campeão de Shazam também tiveram seu aspecto negativo, pois chamaram a atenção de Morcego, que passou a encarar Capitão Marvel com desconfiança.
Mas o grupo não tinha mais tempo pra perder com tais questões, pois logo notaram que o cão de um dos capatazes rosnava na direção deles. Era preciso fazer algo antes que fossem descobertos.

Nota Narrativa 1: Como pediram, esta rodada foi dedicada para a interação dos Desafiadores e para a descrição dos saltos de paraquedas. Agora é momento de decidir como invadir a fazenda.

Nota Narrativa 2: Eu deixei de mencionar isto na atualização anterior, mas Relógio também ficou com a tarefa de entregar Nocaute para o exército americano. Vocês também ouviram que o exército teria interesse em estudar a moça. Provavelmente, Nocaute será alvo de pesquisas e testes ao ser entregue para o exército dos EUA. Quem quiser comentar sobre isto nas próximas mensagens, sinta-se livre.

Logicamente, o salto de paraquedas fez com que Gelo se preocupasse com sua própria segurança e com a de seus colegas Desafiadores. Entretanto, para a jovem que vivia nos anos 50 em seu mundo, era uma situação tão inusitada a queda-livre que fez com que Tora sentisse também uma sensação imensa de liberdade. Medo e liberdade, juntos, enquanto o vento balançava seus cabelos claros. A heroína não deixou de surpreender-se ao ver que Marvel era capaz de voar. Com certeza, se havia um dom que ela já sonhara em ter em algum momento de sua vida, era esse.

Quando o solo ficou mais próximo, o frio na barriga aumentou, e ao sentir o Capitão Marvel voando próximo a si, Gelo fechou os olhos, aproveitando os últimos instantes da "queda". O herói não pode deixar de notar que isso era uma demonstração, ainda que involuntária, de confiança nele. Desajeitadamente, porém tentando fazer o mínimo de barulho possível, os pés da jovem tocaram o chão com a ajuda do herói. Gelo sorriu para ele, e foi difícil não notar o quanto ela estava entusiasmada.

- Isso foi incrível! - sussurrou, empolgada, até que viu o cachorro feroz que se aproximava deles. A expressão dela ficou um pouco séria, mas ela falou com suavidade enquanto se aproximava do animal. - Não quero machucá-lo, amigo... Zatanna, será que você...?

Tora usou seus poderes para prender as patas em um pesado bloco de gelo junto ao solo, imobilizando-o, e aguardou que Zatanna pudesse apenas silenciar os latidos dele. Caso a feiticeira não fizesse isso, Gelo iria criar uma "mordaça" no focinho do cachorro, de modo que, apesar de não poder latir, ele pudesse respirar. Ela não via motivo para fazer algo de ruim com um animal que não tinha culpa.

- Se vocês quiserem, posso fazer o mesmo com os guardas. É silencioso, e ninguém ficaria ferido. - sussurou Tora para os colegas logo após o problema com o cachorro ter sido resolvido.

Saltar de paraquedas... ótimo, era tudo que me faltava, me esborrachar no chão...

Esses foram os pensamentos de Sand ANTES de saltar, iria saltar, pois não havia outra opção, mas o que realmente lhe surpreende, é o fato do Capitão Marvel poder voar, havia vito apenas uma vez tal demonstração de poder, vinha de Quantum, o ser mais poderoso de sua realidade, Sand agora começa ponderar sobre a verdadeira extensão do poder do Capitão.

Mas as demonstrações de poder não pararam por aí, Gelo congelou os cães de Guarda do complexo e Zatanna com algumas palavras os fez dormir.

É... tô me sentindo bastante inútil aqui... tá realmente parecendo que meu poder é ficar pelado...

Meninos... podem cuidar dos guardas?

Certo... não sou exatamente um Steve McQueen¹, mas acho que posso cuidar deles, mas vamos tentar chamar a menor atenção possível, então só vamos derrubar os guardas que necessitamos pra entrar lá dentro, bom lá dentro é outra coisa...

Sand iria solidificar sua forma de silício e furtivamente ir em direção ao complexo, esperava que os outros fizessem sua parte no plano, não que não confiava neles, simplesmente não iria querer lutar com um bando de guardas armados sozinho.

Ao (ou SE) derrotar um dos guardas, iria pegar qualquer tipo de aparelho de comunicação que possuiam, para poder monitorar o sistema de segurança do complexo.


¹ Steve McQueen foi um ator nos anos 60 (época em que a realidade de Sand esta) conhecido por seus papéis em filmes de Ação e Westerns.

Depois que saltaram de paraquedas e caíram em segurança, os Desafiadores do Além se organizaram para neutralizar a segurança ao redor da fazenda. Enquanto pensavam em um plano para invadir o local de forma discreta, eles foram farejados pelo cão de um dos capatazes que se ocupavam com a segurança da fazenda. O cão rosnou na direção deles e se deslocou até lá. Para manter o sigilo da missão, o cão teria que ser neutralizado primeiro, e foi o que Gelo e Zatanna fizeram para auxiliar o grupo naquele momento. Gelo congelou as patas do cão ao chão para que não pudesse avançar mais, enquanto que Zatanna lançou um encanto para o cão adormecer. No entanto, o cão foi seguido por seu dono. Por impulso, Gelo congelou o capataz, pois se assustou ao notar a aproximação do homem.
A tensão era grande naquele momento e a jovem meta-humana não encontrou outra alternativa naquele momento. O grupo não poderia ser percebido. Pelo menos, não agora. E apesar do esforço das mulheres do grupo, ainda restavam dois capatazes na entrada da frente da fazenda. A tarefa de lidar com estes homens ficou com os rapazes da equipe. Sand solidificou seu corpo - que assumiu um aspecto rochoso - e se deslocou de maneira furtiva até um dos capatazes para acerta-lo com força, sem lhe oferecer chance para revidar ou alertar a presença do grupo. No entanto, não era tão fácil se movimentar furtivamente com um corpo tão pesado e rochoso. Sand foi ouvido, mas pra sorte dele, Capitão Marvel agiu com rapidez e nocauteou o outro capataz antes que este pudesse se dar conta do que estava acontecendo. Então Sand só precisou derrubar seu alvo e a segurança estava agora neutralizada. No entanto, Sand não deixou de se surpreender com seu colega, pois além de voar, também era rápido como um raio.
Capitão Marvel mencionou no avião ter a velocidade de Mercúrio, mas Sand pensou que fosse apenas uma metáfora. Agora acreditava que aquele homem realmente tinha poderes dos deuses. Mas ele teria tempo pra pensar mais nisto em outra ocasião. Aquele era tempo de avançar. Então Sand agarrou um aparelho de comunicação do capataz que derrubou e acenou para as moças do grupo para que fossem até eles. Contudo, eles lembraram que faltava alguém. Morcego não estava mais no campo de visão deles. O militar sombrio simplesmente desapareceu. Provavelmente se cansou de esperar e foi até os fundos para neutralizar os dois capatazes da parte de trás da fazenda. Agora os Desafiadores teriam que escolher entre avançar pela entrada da frente ou seguir Morcego pela entrada dos fundos, o que seria mais arriscado.

Sand se impressiona com a velocidade e a força do Capitão Marvel, e após nocautear os guardas apenas olha para o homem e lhe diz um seco "obrigado".

Cristo... ele realmente não tava brincando sobre a velocidade de Mercúrio, mas vamos nos ater ao que é importante... cretino do Morcego resolveu nos deixar pra trás, aparentemente planejamentos e táticas não fazem parte de seu repertório de armas...

Certo, vamos atrás do infeliz, não é uma boa hora de nos dividirmos, principalmente se a Lança estiver aqui...

Ao se assustar com o homem que apareceu atrás do cachorro, Gelo quase gritou, o que entregaria a posição deles. Felizmente, ao invés disso, foram os seus poderes que se manifestaram de modo agressivo: antes que o sujeito pudesse reagir, já estava coberto por uma espessa camada gélida.

Gelo concordou com os colegas em seguir o Morcego, por mais arriscado que isso parecesse. A jovem pensou que talvez esse sumiço repentino não fosse um bom sinal. Antes de seguir na direção da entrada dos fundos, Tora lançou um olhar na direção do capataz, que não poderia falar e nem se mexer devido à camada de gelo que cobria sua boca e seu corpo. Apesar disso, o homem poderia respirar, e seus olhos percorriam o ambiente com uma expressão de terror.

- Desculpa, eu... – Tora considerou que não deveria perder tempo, e desistiu de falar, seguindo com os colegas até a entrada dos fundos.

Depois que os Desafiadores neutralizaram toda a segurança da entrada da frente da suspeita fazenda, eles notaram a ausência de Morcego, e que este rumou para a entrada dos fundos. Todos os quatro heróis alternativos concordaram que o mais correto era seguir Morcego. Então foram sorrateiramente até os fundos, auxiliados pelo encanto que Zatanna lançou em todos. Agora eles estavam mais furtivos, encobertos pelas sombras e quase indetectíveis. No entanto, quando os Desafiadores chegaram aos fundos da fazenda, viram que os dois capatazes que guardavam aquela área foram nocauteados por Morcego. A porta dos fundos também estava aberta. Morcego foi discreto e ao invés de arrombar a porta com violência, se valeu de ténica para abrir a fechadura.
O caminho estava livre para os quatro desafiadores e eles não hesitaram. Assim que abriram a porta dos fundos, se deparam com uma cozinha tradicional, onde também havia uma mesa para café da manhã. Então eles avistaram uma porta dupla, a única possibilidade de continuar a exploração aventuresca naquela fazenda. Quando abriraram a porta dupla, se depararam com um vasto salão.



Os primeiros que adentraram o salão foram Gelo e Sand, enquanto que Capitão Marvel e Zatanna vieram logo atrás. Gelo e Sand estavam devidamente camuflados como indivíduos da década de 40, por meio dos Holo-Mantos. Sand se parecia com um típico detetive daquela época, e Gelo, como uma distinta dama loira da alta sociedade. Eles não se esqueceram de sacar suas pistolas. Todo cuidado era pouco naquela situação, e se prepararam para o caso de encontrar oposição no interior da fazenda. A decisão deles provou ser correta. Além do salão com piso que mais lembrava um tabuleiro de xadrez e de uma sútil decoração nazista, os desafiadores também notaram uma mulher que provavelmente era integrante do grupo nazista. Ela parecia tranquila, como se estivesse esperando pela chegada dos desafiadores. A frieza dela era tão forte que ela bebia um néctar calmamente. Então ela brandou um chicote e proferiu uma palavra de comando em alemão. Assim que ela manifestou tal palavra, um nazista desceu por uma escada próxima.

A descida foi lenta e os passos foram pesados. Isto porque o nazista vestia um tipo de armadura. Porém, a mecânica da armadura era muito rudimentar. Foi possível notar que ela funcionava a vapor e que havia um exaustor nas costas da armadura, que era mais como uma chaminé do que realmente um exaustor, considerando a tecnologia precária daquela época.
Os desafiadores não agiram no primeiro instante, porque estavam confiantes de que o encanto de Zatanna não permitiria que fossem vistos. Mas eles foram surpreendidos pela perspicácia dos nazistas.
Quando o tal nazista chegou ao salão, a mulher voltou sua atenção para os quatro desafiadores. Ela não sabia realmente onde eles estavam, pois Zatanna os ocultou até dos olhos mais atentos, mas parecia ter certeza de que havia alguém ali. Então ela disse algumas palavras que confirmaram de que a presença do grupo naquele local não era mais uma surpresa.

- Eu não sei quem vocês são e nem onde estão, mas sei que estão aqui. E se não sou capaz de vê-los, meu soldado sim.

Então os desafiadores repararam as lentes especiais que o nazista de armadura usava. Com aquelas lentes, aparentemente o nazista era capaz de ver suas posições. Logo em seguida, a arma que o nazista portava começou a brilhar e acumular energia. O grupo não precisaria de adivinhação para perceber que o sujeito iria disparar um disparo de natureza energética contra eles.
Ainda não havia sinal de Morcego ou de qualquer outra presença. Supostamente os outros ambientes da fazenda se encontravam no andar acima daquela escada. Mas para que pudessem chegar até aquele andar, o grupo teria que antes lidar com a oposição que encontraram no andar inferior, e sobreviver ao ataque energético, é claro.

Os dois colegas rapidamente foram pra cima do robô nazista. Uma onda de raiva tomou conta de Tora, quando ela lembrou-se de como aquela guerra estúpida havia devastado seu mundo. Certo, aquele não era seu mundo. Mas ao notar as vestimentas dos dois, não foi muito difícil considerar que as coisas não eram muito diferentes naquele lugar. A suástica... Gelo olhou para a mulher, por um instante. A heroína ainda tinha a aparência escolhida de acordo com o local, de uma distinta jovem alemã. Apesar disso, a mulher não era capaz de vê-los. E essa deveria ser a maior vantagem no momento, pois estavam lutando contra uma pessoa da qual não sabiam absolutamente nada. Não sabiam se ela tinha algum poder especial, mas também não esperariam pra ver.

Gelo olhou para o detetive Sand com um sorriso que tinha algo de selvagem: ficava claro que ela estava gostando daquela situação. E então Tora fez um sinal para que Sand se afastasse, deu dois passos pro lado, e atirou. Não mirou a mulher, mas um ponto qualquer atrás dela. Aquilo faria com que ela acreditasse que a posição dos colegas era de onde o tiro havia saído. Depois de distraí-la, Tora lançou seus poderes na direção da nazista, com força suficiente para derrubar a mulher da cadeira e daquela pose arrogante. Caso seu ataque não fosse suficiente para fazer isso, esperava que com a ajuda de Sand, fosse capaz de vencê-la.

A situação era tensa. Zatanna usou seus poderes para protejer o grupo do disparo do Robô enquanto o Capitão Marvel ja estava atacando o mesmo com incrível rapidez, mas o que realmente lhe chamava a atenção foi a expressão sádica no rosto de Gelo, por algum motivo a garota estava se divertindo com toda a situação e após o tiro e o ataque de gelo Sand não tardou em se aproximar da mulher.

Iria aproveitar do fato de estar invisível para ser silencioso e se aproximar e ao chegar iria colar a sua arma na tempora da mulher e dizer:

-Então doçura, acho que ta na hora de tu mandar o Homen de Lata ali parar e desistir... temos uma longa conversa pela frente pertinente a um certo item que eu creio que tu possui...

Os Desafiadores do Além encontraram resistência no interior da fazenda. As coisas realmente não eram como aparentavam. Se do lado de fora, típicos capatazes rurais foram vistos, dentro do local, o ambiente era mais sofisticado. Os detalhes causavam esta sensação, como o piso, os entalhes na escada, mas principalmente as pessoas que frequentavam o lugar.
No interior da fazenda, os Desafiadores do Além encontraram uma refinada nazista, e um soldado com aparatos tecnológicos avançados para a década de 40. Aquele lugar era mais do que uma fazenda. Provavelmente uma base secreta para experimentos científicos e tecnológicos. Porém, nem todos estes avanços eram páreo para o poder daqueles quatro viajantes de outros mundos.
Os adversários foram rapidamente neutralizados. O disparo energético da arma do soldado nazista foi bloqueado pela defesa mística conjurada por Zatanna. Em seguida, Capitão Marvel se deslocou com velocidade e quebrou a arma do sujeito com um golpe simples e destruiu os exaustores do traje do inimigo. Então Gelo disparou uma rajada congelante que prendeu a dama nazista na cadeira em que sentava. Ela estava congelada do peito para baixo. Depois destas providências imediatas, Sand só precisou fazer as honras. Ele intimidou a mulher, mas o resultado não foi o que ele esperava. A resposta da mulher foi fria e evasiva.

- Um item você disse? Temos muitos itens aqui dentro. Seja mais específico, querido! Não tenho idéia do que vocês querem, mas de qualquer forma, eu creio que vão encontrar o que procuram no andar acima. Por que não sobem as escadas? Talvez tenham uma pequena surpresa! E quando isto acontecer, eu vou adorar ver a expressão de espanto em seu rosto!

Então a mulher olhou para Sand com ironia, enquanto o Capitão Marvel tinha o outro nazista sob sua custódia. Os inimigos estavam detidos, mas não cooperavam. E talvez ela estivesse mesmo certa, para descobrir mais sobre o que era guardado naquele local, seria necessário se aventurar pelo andar acima, ou seja, se arriscar. Mas tatear no escuro nunca foi recomendável.

Gelo se aproximou da "dama" assim que notou que ela havia sido rendida por Sand. Ouviu as palavras dela com uma expressão de pouco caso. Era óbvio que ela não falaria. Aqueles desgraçados que pregavam a intolerância racial. Embora fisicamente Gelo se parecesse com eles, abominava aquela gente. Quantas pessoas haviam morrido no seu mundo por causa de toda aquela ladainha de "supremacia ariana"?

- Claro... claro que vai ver... - Tora aproximou-se ainda mais da mulher. A norueguesa murmurava essas palavras. De repente, sem dizer mais nada, deu um belíssimo murro na cara da mulher. Não que Gelo fosse mais forte que os colegas, pelo contrário, mas a raiva e o fato de ter usado os poderes recentemente contribuíram para que o golpe tivesse força suficiente para deixá-la desacordada por algumas horas. Antes de se dirigir até a escada, olhou mais uma vez na direção do Detetive Sand. Se achava que a atitude dela foi sádica antes, agora provavelmente teria certeza. Antes que ele pudesse dizer algo, Tora simplesmente falou. - Antes que você pergunte: não, não havia necessidade.

Sorriu para o detetive mais uma vez, e quando estava próxima das escadas olhou para Marvel e Zatanna que haviam rendido o robô. Aquela agonia não podia durar pra sempre. Se nenhum dos colegas se prontificasse a ir na frente, a própria Gelo iria.