A Era da Caça às Bruxas, será o fim dos scans no Brasil?
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A Era da Caça às Bruxas, será o fim dos scans no Brasil?
Não é de hoje que as autoridades legais estão tentando controlar o fluxo de distribuição de conteúdo de marca registrada que circula pela internet. Afinal, segundo os mais críticos, a Internet foi responsável pelo “fim” da industria fonográfica e representou um grande declínio na industria dos cinemas (mesmo que o 3D tenha aparecido para dar uma segurada nisso).
Como a maioria das outras, a industria dos quadrinhos foi prejudicada pela Internet. Especificamente falando do Brasil, alguns grupos de scans demonstram estar mais preparados, mais organizados e, por que não dizer, mais dedicados ao “trabalho” que vêm fazendo.
Falar sobre como resolver a questão é uma coisa delicada. Mesmo as grandes editoras possuem uma opinião diversificada sobre o assunto. Enquanto a Marvel já anunciou que vai perseguir que distribui seus scans, a DC já declarou que considera suas publicações uma arte, e que o leitor de verdade não vai trocar sua “arte” por um scan. E é com esses leitores que a editora está preocupada.
Em partes eu concordo com o posicionamento das duas editoras. Quadrinho, para mim, é arte. Eu faço questão de comprar o material que me agrada, sobre o personagem que eu gosto. Mas é aí que entra o detalhe. Arte também pode ser ruim!
Essa, para mim, sempre foi a função do scan. É como um “test drive” na historia que eu vou, futuramente, comprar. Eu já vi conhecidos que diziam que se tivessem lido a “O Cavaleiro das Trevas 2” antes de compra-la, não teria gastado um único centavo na revista. Será que tentar lutar contra os scans, então, é algo assim tão inteligente? Eu mesmo posso citar uma infinidade de exemplos de pessoas que só começaram a ler hq’s graças aos scans. E eu não nego, sou uma delas.
Nos últimos dias, grandes distribuidoras de scans e grupos de tradução foram denunciados e fechados por distribuição ilegal de material. Com isso, fóruns e blogs foram encerrados.
Não que eles não estejam no direito. Distribuir scan é distribuir produto “pirata”, afinal. Mas será que não havia uma saída melhor? Eu canso de falar que, se não tivesse que esperar um ano para as historias chegarem aqui, eu nem precisaria baixar scan. Se a diferença fosse, sei lá, uns 2 ou 3 meses.
Eu me pergunto se essa é mesmo a solução. Será que essa é a única defesa dos quadrinhos diante dos scans? “Se não podemos vence-los com competência e preços justos, vamos eliminar a concorrência”? A industria dos quadrinhos, aparentemente, resolveu ir para o lado mais fácil da historia. Eliminar a concorrência.
Fonte: Kandor City News
Como a maioria das outras, a industria dos quadrinhos foi prejudicada pela Internet. Especificamente falando do Brasil, alguns grupos de scans demonstram estar mais preparados, mais organizados e, por que não dizer, mais dedicados ao “trabalho” que vêm fazendo.
Falar sobre como resolver a questão é uma coisa delicada. Mesmo as grandes editoras possuem uma opinião diversificada sobre o assunto. Enquanto a Marvel já anunciou que vai perseguir que distribui seus scans, a DC já declarou que considera suas publicações uma arte, e que o leitor de verdade não vai trocar sua “arte” por um scan. E é com esses leitores que a editora está preocupada.
Em partes eu concordo com o posicionamento das duas editoras. Quadrinho, para mim, é arte. Eu faço questão de comprar o material que me agrada, sobre o personagem que eu gosto. Mas é aí que entra o detalhe. Arte também pode ser ruim!
Essa, para mim, sempre foi a função do scan. É como um “test drive” na historia que eu vou, futuramente, comprar. Eu já vi conhecidos que diziam que se tivessem lido a “O Cavaleiro das Trevas 2” antes de compra-la, não teria gastado um único centavo na revista. Será que tentar lutar contra os scans, então, é algo assim tão inteligente? Eu mesmo posso citar uma infinidade de exemplos de pessoas que só começaram a ler hq’s graças aos scans. E eu não nego, sou uma delas.
Nos últimos dias, grandes distribuidoras de scans e grupos de tradução foram denunciados e fechados por distribuição ilegal de material. Com isso, fóruns e blogs foram encerrados.
Não que eles não estejam no direito. Distribuir scan é distribuir produto “pirata”, afinal. Mas será que não havia uma saída melhor? Eu canso de falar que, se não tivesse que esperar um ano para as historias chegarem aqui, eu nem precisaria baixar scan. Se a diferença fosse, sei lá, uns 2 ou 3 meses.
Eu me pergunto se essa é mesmo a solução. Será que essa é a única defesa dos quadrinhos diante dos scans? “Se não podemos vence-los com competência e preços justos, vamos eliminar a concorrência”? A industria dos quadrinhos, aparentemente, resolveu ir para o lado mais fácil da historia. Eliminar a concorrência.
Fonte: Kandor City News
Re: A Era da Caça às Bruxas, será o fim dos scans no Brasil?
É aquela velha história que eu tava conversando com o Marcos, e ele comentou: se a Marvel(e digo mais:a Panini) vendessem scans, ganhariam dinheiro fácil. Afinal, quem lê scans e compra não pararia de comprar. E muita gente compraria scans daquilo que não pudesse(por motivos financeiros) ter em papel. Isso também traria para junto da editora o público "jovem", àquele que em muitas vezes não pode comprar, seja porque está no colégio ou na faculdade, e ainda não tem renda própria. Seria um agregador de público a uma mídia que tanto afasta as pessoas financeiramente mais desprovidas.
Mas falta às editoras falta de ligação com seu público, seja por falta de tino comercial, ou talvez por subestimar o público na Nona Arte. Deveriam ser feitas mais pesquisas de público, pra saber realmente o que as pessoas querem ver nos mixes, e como querem as hqs. Deveriam ser pesquisadas maneiras de expandir as hqs para mais faixas etárias e camadas sociais, desde aqueles que não podem pagar por hqs mais bem editadas, até àqueles que por poderem pagar por um produto mais bem feito querem ver edições com um acabamento mais refinado e bonito. Falta respeito aos quadrinhos como o valioso produto que são. E é essa falta de respeito que está matando as editoras.
Não é de hoje que eu penso que a DC tem se mostrado mais sólida que a Marvel, no sentido de que prefere se manter "tranquila" quanto aos seus projetos. Me explico melhor: a Marvel não perde uma única oportunidade de sugar até o último centavo que pode ganhar com seus personagens. Wolverine e Homem-Aranha nos Vingadores são isso. Fica claro que não houve necessidade daquilo para os roteiros:foi simplesmente uma jogada para agregar valor ao título. O baixo cachê para um futuro ator que interpretasse o Capitão América é outra prova disso. Já a DC prefere caminhar mais lentamente, procurando antes manter uma linha sólida do que a Marvel, que "se atira" a qualquer mínima oportunidade de maior lucro. E cada vez mais esse abismo na diferença de atitude das editoras tem aumentado. Apesar de eu ser marvete, é hipocrisia dizer que a DC não está mais bem-preparada pra crises de mercado como a que se segue.
Mas falta às editoras falta de ligação com seu público, seja por falta de tino comercial, ou talvez por subestimar o público na Nona Arte. Deveriam ser feitas mais pesquisas de público, pra saber realmente o que as pessoas querem ver nos mixes, e como querem as hqs. Deveriam ser pesquisadas maneiras de expandir as hqs para mais faixas etárias e camadas sociais, desde aqueles que não podem pagar por hqs mais bem editadas, até àqueles que por poderem pagar por um produto mais bem feito querem ver edições com um acabamento mais refinado e bonito. Falta respeito aos quadrinhos como o valioso produto que são. E é essa falta de respeito que está matando as editoras.
Não é de hoje que eu penso que a DC tem se mostrado mais sólida que a Marvel, no sentido de que prefere se manter "tranquila" quanto aos seus projetos. Me explico melhor: a Marvel não perde uma única oportunidade de sugar até o último centavo que pode ganhar com seus personagens. Wolverine e Homem-Aranha nos Vingadores são isso. Fica claro que não houve necessidade daquilo para os roteiros:foi simplesmente uma jogada para agregar valor ao título. O baixo cachê para um futuro ator que interpretasse o Capitão América é outra prova disso. Já a DC prefere caminhar mais lentamente, procurando antes manter uma linha sólida do que a Marvel, que "se atira" a qualquer mínima oportunidade de maior lucro. E cada vez mais esse abismo na diferença de atitude das editoras tem aumentado. Apesar de eu ser marvete, é hipocrisia dizer que a DC não está mais bem-preparada pra crises de mercado como a que se segue.
Convidad- Convidado
Re: A Era da Caça às Bruxas, será o fim dos scans no Brasil?
Eu estou estudando elementos do mercado de Quadrinhos e no Brasil não só o Scan tem uma larga distribuição como não existe nenhuma consideração pelos quadrinhos nacionais.
A contradição é tão grande que a editora brasileira Impacto é responsável por grande parte da colorização e edição das edições estadunidenses enquanto as publicações próprias permanecem em segundo plano.
Capitalismo é lucro, estraga toda arte! Os quadrinhos possuem uma mistura de imagens que definem sons e roteiros, sendo uma combinação sublime nascida em nossa era, porém quando se quer tornar a coisa mais "pop" se lançam edições surreais como o citado "Cavaleiro das Trevas 2" ou o "Frank Castle Golem de carne..."
Enfim, a relação entre arte e lucro não ficará definida em nossos tempos e o Brasil continuará piratiando coisas que poderia produzir por si só tanto pela admiração reverencial ao Império Romano do Norte quanto por sua própria incapacidade de reconhecer a si mesmo como produtor de quadrinhos, filmes, músicas e arte nacional.
Esse não é um apelo nacionalista, apenas uma visão de que não teremos como nos desvencilhar de tanta contradição em nossas vidas e que vamos continuar sim scaniando porque faz parte da necessidade do mercado estrangeiro que consigamos infomações deles para sempre...
A contradição é tão grande que a editora brasileira Impacto é responsável por grande parte da colorização e edição das edições estadunidenses enquanto as publicações próprias permanecem em segundo plano.
Capitalismo é lucro, estraga toda arte! Os quadrinhos possuem uma mistura de imagens que definem sons e roteiros, sendo uma combinação sublime nascida em nossa era, porém quando se quer tornar a coisa mais "pop" se lançam edições surreais como o citado "Cavaleiro das Trevas 2" ou o "Frank Castle Golem de carne..."
Enfim, a relação entre arte e lucro não ficará definida em nossos tempos e o Brasil continuará piratiando coisas que poderia produzir por si só tanto pela admiração reverencial ao Império Romano do Norte quanto por sua própria incapacidade de reconhecer a si mesmo como produtor de quadrinhos, filmes, músicas e arte nacional.
Esse não é um apelo nacionalista, apenas uma visão de que não teremos como nos desvencilhar de tanta contradição em nossas vidas e que vamos continuar sim scaniando porque faz parte da necessidade do mercado estrangeiro que consigamos infomações deles para sempre...
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