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Encontro (In)esperado

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Mensagem  Convidado Qui Abr 24, 2014 7:06 pm


Já anoitecia quando o baile de gala comandado pelo aristocrata e estudioso sulafricano Ayodele Wanjiru se iniciou em sua mansão. O homem era um dos maiores filantropos de todo o continente e na ocasião de seu aniversário, diversas autoridades e celebridades foram convidadas para o evento. Era a possibilidade de celebrar mais um ano de vida daquela personalidade, mas também de reafirmar seu compromisso social. Por isso, naquele ano, Ayodele resolveu que seus convidados não deveriam lhe trazer presentes, e sim, contribuir com custos de uma fundação para o estudo da história e da arte africana, que seria aberta ao público no ano seguinte, na própria Johannesburgo.

Ayodele era dono de algumas peças da cultura africana de mlhares de anos, e pretendia doá-las à fundação assim que a mesma estivesse pronta. A festa, por sua vez, seria a oportunidade dos estudiosos e célebres convidados conhecerem um pouco mais da história ao qual contribuiriam. O clima era ameno e poucas nuvens desafiavam o brilho dos pontos luminosos no céu. A segurança era imensa no local, mesmo que as celebridades que mais atraíssem atenção na mídia não estivessem ali, como atores de cinema e cantores adolescentes. Ayodele preservava suas amizades e contatos, de modo que só mesmo pessoas realmente interessadas em contribuir com a arte e cultura africanas eram convidadas. Mesmo assim, algum nome ou outro realmente era digno do olhar ávido das câmeras e do desespero de repórteres tentando alguma entrevista sobre o evento.

No enorme salão onde os convidados eram recepcionados, diversos quadros adornavam as paredes sobre a história dos antigos povos, sua cultura e crenças. Algumas peças de escultura também se posicionavam em pontos estratégicos, afim de serem apreciadas pelos longos vestidos e smokings que compunham o ambiente. No centro do salão, contudo, estava a peça de maior destaque e apreço para Ayodele. Do tamanho de um antebraço humano, a escultura de olhos pétreos azulados de jóias encrustadas parecia, à primeira vista, um pequeno demônio. Entalhada com dizeres antigos cuja tradução ainda não estava completa, a figura parecia um elegante ser coberto por um manto de pedra na forma de duas asas. Um olhar mais atento identificava a placa com os dizeres "Guardião Noturno" abaixo da peça de argila, e os olhos azulados com jóias se postavam logo acima de um focinho avantajado. O guardião noturno em muito lembrava um morcego.


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Encontro (In)esperado Empty Re: Encontro (In)esperado

Mensagem  Convidado Sex Abr 25, 2014 11:17 am

Não gosto disso.

Não gosto de sair de Gotham.

De deixar minha cidade distante dos meus olhos.

É uma sensação inquietante. Incômoda como uma farpa presa entre os dedos, do qual você não consegue retirar, mas todo e qualquer movimento que faz, sente aquela dor e ardência te lembrando que há algo fora do lugar.

Meus olhos acompanham o andar do carro, conforme ele avança lentamente pelas ruas, acompanhado de batedores.

Eu poderia ter enviado Lucius para cá, ou qualquer outro.... Mas depois do que eu descobri, minha presença se fez necessária.

Ayodele Wanjiru não é o santo que se pinta. Ao menos, não de acordo com as transações de sua empresa. Eu tenho que agir com muita cautela aqui, já que para a imprensa mundial, ele é quase que um novo Gandhi. Um bem feitor que está sempre em todas as capas de jornais.

Quando ele chegou em Gotham, conseguindo doações de todos os magnatas, fui obrigado a fazer uma doação. E generosa. Mas desde o momento que o vi, senti que havia algo errado... Chame isso de sexto sentido, talvez.

O que importa é que garanti que o dinheiro dado à ele fosse rastreado... E o hospital em Zimbábue, que deveria estar pronto há anos, não passa de um terreno baldio. Só foram feitas as fundações, mais nada.

Eu chequei o local ontem, assim que cheguei aqui.

Uma construção superfaturada não deveria chamar minha atenção... Principalmente aqui. Políticos fazem isso pelo mundo todo, especialmente em países pouco desenvolvidos.

Alfred abre a porta do Rolls Royce Phantom negro, para que eu desça, e assim que o faço, sou bombardeado por flashs. Esboço meu melhor sorriso e aceno para os repórteres.

Alfred retira meu sobretudo cinza, revelando meu terno Brioni feito sob medida. Para completar minhas vestes, sapatos Testoni e um Patek Philippe em meu punho esquerdo. Amanhã, com as fotos, estará o nome dos estilistas, e o preço pagos por eles... Garantindo minha fama de playboy esbanjador.

Atrás de mim, ouço Alfred fechar a porta e arrancar com o carro.

Vagarosamente, caminho pelo tapete vermelho, parando algumas vezes, a pedido dos fotógrafos, para que eles tirem mais fotos.

Respondo, de modo evasivo, as perguntas sobre meu hipotético relacionamento com Scarlett Johansson. Meu sorriso sem graça e minhas respostas evasivas lhe darão o que falar sobre mim pelas próximas semanas. O que não passou de um jantar e uma noite em seu apartamento, para eles renderá como um namoro de meses, resultando em um milionário de coração partido.

Após reforçar meu disfarce de Bruce Wayne, repasso o porquê de eu estar aqui. O que faz de Ayodele diferente de um político corrupto comum?

O destino que foi dado ao meu dinheiro.

Todos os 4 milhões de dólares foram parar em um sitio de escavação clandestina em uma região remota.

Subo as escadas vagarosamente, e assim que passo pela ampla porta dupla esculpida em carvalho maciço, me trazem champanhe. Wanjiru ainda não deu o ar da graça, provavelmente, quer fazer uma entrada triunfal.

Não o culpo, pois faço o mesmo em Gotham.

Enfim, o que me inquieta é isso. Políticos não financiam escavações... Eles compram mansões, carros, iates e abrem empresas de fachada para lavar mais dinheiro.

E de acordo com a topografia e imagens que obtive via satélite, ele não está escavando em busca de diamantes, minha primeira linha de raciocínio. O dinheiro não está sendo investido, para que ele lucre com isso. Longe disso. Não há qualquer item de valor naquela área, e aquelas ruínas já foram exaustivamente exploradas por escavadores do mundo todo.

Então, o que Wanjiru está planejando? Do que ele está atrás?

Ele tem dinheiro para financiar uma escavação onde quiser, há artefatos obtidos por ele em todo lugar. Por que uma equipe clandestina? Por que usar dinheiro externo?

Mais uma vez, meu sexto sentido me forçou a vir aqui. Não sei o que é ainda, mais sei que é podre... E que ele precisa ser parado.
Levo a taça de champanhe aos lábios, preenchendo minha boca com o liquido, e o devolvendo a taça em um movimento rápido. Assim a bebida deixaria seu perfume adocicado em meu hálito, sem que eu precise toma-la.

Caminho entre os convidados, cumprimentando um ou outro conhecido.

Logo, minha atenção se volta ao principal artefato da coleção de Ayodele. Meus olhos prendem-se aos olhos escrutados na peça. Meu amigável sorriso desaparece por alguns segundos, conforme uma sensação familiar toma conta de mim.

Por alguns segundos, me perco olhando para os olhos daquele estranho...Guardião.

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Mensagem  Convidado Ter maio 06, 2014 3:19 pm


Não demorou muito para que o próprio Ayodele surgisse na festa. Como esperado, ele fez uma entrada triunfal, mas com os mesmos moldes do qual era esperado, ou seja, sem grandes alardes. Surgiu de uma porta lateral, que provavelmente era seu escritório. As luzes pareceram ficar mais fortes naquele momento, enquanto os seguranças abriam espaço para que Ayodele passasse. O homem trajava um manto cerimonialista, imitando a pele de um tigre ou uma hiena. Talvez ambos. Uma barba branca bem feita lhe desenhava a face, e o cabelo calvo em tom acinzentando denunciava a idade. Apesar da roupa, estava elegante, e de certa forma, mais ligado ao ambiente do que seus convidados, que imediatamente bateram palmas diante da chegada de um dos patronos da África como um todo.

Ayodele passou por algumas pessoas, cumprimentando-as com relativa calma. Os seguranças não o acompanhavam, observando das saídas a movimentação da festa. O caminho do homem inevitavelmente passou pelo centro do salão, onde repousava o "Guardião Noturno". Assim que seu olhar de Bruce encontrou o olhar de Ayodele, apenas o gothamita percebeu um leve pingo de suor na face direita do sulafricano. Ayodele desviou o olhar, como que se alguém chamasse sua atenção. De fato, alguém tocava seu ombro. Uma mão feminina.

A mulher usava um vestido em tom de vinho que ia até quase seu calcanhar. Uma fenda se destacava na lateral. Era alta, tinha cabelos castanhos bem escuros presos em um coque bem trabalhado. Sua pele era clara, o tom do vestido combinava perfeitamente bem com os lábios e os scarpins que ela usava. Um colar com pequenas jóias em formato de dentes enfeitava seu pescoço. Seu indefectível sotaque denunciava sua origem inglesa. O homem a abraçou de maneira formal. A mulher, por sua vez, sorriu ao abraçar seu antigo professor. - Minha nossa, você está a cara de sua mãe, minha querida. A mulher sorriu. - Obrigada, "uthisha". É muito bom revê-lo.

Enquanto isso, uma movimentação incomum tomou conta dos seguranças, que se comunicaram entre si através de sussurros, diminuindo a guarda de dois, para apenas um, em todas as portas. Os homens aos poucos se afastaram da festa, tomando o caminho por onde Ayodele tinha surgido.




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Mensagem  Convidado Seg maio 19, 2014 12:55 pm

Bruce acompanha a entrada triunfal do africano, ao mesmo tempo em que se mantinha próximo da escultura.

Enquanto fingia bebericar da sua bebida, acompanhava a movimentação dos seguranças e de Ayodele. A quantidade de segurança era excessiva. Quando o olhar se cruzou com o dele, Bruce cerrou levemente o olhar, parecendo quase acompanhar a gotícula de suor escorrer.

Ayodele ficava nervoso diante de tanta atenção?

Não quando se ama os holofotes como ele. A temperatura no local era baixa, o ar condicionado estava baixo. Quando iria caminhar até ele, para sondá-lo, eis que surge a britânica.

É impossível impedir que olhos percorram o corpo dela, se prendendo a longa fenda em suas pernas. Notava que, apesar da formalidade do africano, a inglesa o cumprimentava com afetuosidade.

Logo, Bruce desvia o olhar dos dois e volta a se misturar na multidão, caminhando junto aos seguranças, até a porta de onde era o escritório de Ayodele. Ainda havia um segurança na porta, que o impediria de adentrar o lugar... Precisaria improvisar.

Disfarçadamente, aproximou de uma das janelas, disfarçando, olhando em volta para ver se seria possível pendurar-se nela para aproximar-se do escritório por fora, sem ser notado.

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Mensagem  Convidado Ter maio 20, 2014 1:35 pm


Ayodele se dirigia ao piso superior. Uma escadaria o levaria até lá. À sua volta, algumas pessoas ainda o cumprimentavam. Aparentemente, no piso superior, foi montado um espaço para que o anfitrião pudesse falar algumas palavras para seus convidados. Um microfone aguardava o posicionamento do homem, que ainda acenava para algumas pessoas. Apesar desse pequeno entrave, o ambiente cercado de celebridades e autoridades tinha um murmurinho ameno, acompanhado do tilintar de taças e música ambiente baixa, quase como um lounge.

A garota inglesa se posicionou próximo ao Guardião Noturno, ainda que sem adentrar o espaço dito como "respiro" entre o admirador e a obra. As pessoas todas começaram a se concentrar no alto, onde Ayodele realizava os últimos preparativos de seu discurso de boas vindas. Enquanto isso, Wayne se viu próximo da janela. O segurança de óculos escuro parecia uma estátua de ébano, tão absurdamente imóvel estava na entrada do escritório de Ayodele. Bruce verificou a janela, e viu que havia alguns flashes por ali, como se a cobertura do evento ainda se mostrasse presente. Escapar pela janela poderia ser arriscado.

Enquanto Bruce buscava uma rota mais eficiente, Ayodele bateu a mão no microfone, e saudou a todos com um bem vindo em zulu: - Siyakwamukela, meus amigos e amigas tão estimados!

E de repente, as luzes se apagaram, tão subitamente que o que se ouviu a seguir foi o "oooh" assustado da multidão.

Antes que os olhos se acostumassem à escuridão, um som de tiro ecoou pelo salão, seguido de um gemido masculino e som de baque seco. As luzes de emergência não se acenderam em momento algum, mas apenas olhos treinados na escuridão como os de um certo playboy perceberam o grupo de homens armados surgindo pelas vidraças. Estavam todos usando preto, e quebraram as janelas com os pés. Presos a cabos, pareciam ter vindo do telhado. Um deles, inclusive, quebrou a vidraça justamente por onde Bruce observava. Os gritos de pânico, especialmente os femininos, ecoaram pelo local. Os invasores falavam em algum idioma africano e apontavam armas para as pessoas, que se ajoelhavam e deitavam no chão.

Bruce conseguiu contar, ao menos, 10 homens bem espalhados pelo salão. Espalhavam-se entre manter os reféns detidos, e pegar as obras de arte do salão. O maior deles, que parecia ter o mesmo porte de um certo segurança, apontou a pistola contra a inglesa, e com a outra mão, pegava o Guardião Noturno. Lara estava de joelhos, os olhos entre o medo e a raiva. Ela entendia perfeitamente o que ele dizia. Seu mentor estava morto, e sua obra, perdida para sempre.


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Mensagem  Convidado Seg Jun 02, 2014 3:01 pm

Assim que as luzes apagam, e ouço o estampido, minha vontade é de reagir.

De acertar todos ali.

Mas não posso, não estou devidamente trajado... Parecem treinados, mas nada que possa trazer grandes problemas.

Como todos ali, me ajoelho e levo as mãos à cabeça, os olhando agir, tentando identificar algum gesto, fala ou armamento que me ajude a identifica-los.

Devido à proximidade, ao me precipitar ao solo, me mantenho atento ao movimento de todos ali. Estão mais atentos aos seguranças do que aos convidados, o que facilitar no que pretendo fazer.

Enquanto o homem mais próximo de mim grita com os seguranças e aponta a arma, utilizo a corda amarrada em sua cintura para envolver seu pé... Mantendo distância, para que ele não cinta a corda envolve-lo na altura do tornozelo. Por fim, uma estátua próxima da janela vai terminar o serviço...

Sem grande valor de mercado, um elefante de concreto está sendo ignorado por eles...Desta vez, me demoro mais, já que preciso recuar pelos estilhaços, e envolver uma das patas do elefante com um nó forte.

Espero por mais agitação e distração, no momento em que eles roubam o Guardião Noturno, em que vejo a expressão de dor da bela britânica, viro de barriga para cima e chuto com os dois pés a pesada estátua. Sinto os cacos de vidro rasgarem meu terno e minha pele, mas ignoro. Tudo o que eu queria era uma trilha de migalhas de pão.

Se conseguisse sucesso em minha empreitada, o infeliz vai ficar preso na corda, sem conseguir se soltar... Por tempo o bastante para que os amigos saiam, e ele fique para contar história.

Não vejo a hora de ouvi-lo cantar.

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