CAPÍTULO 1

Aquele era um encontro que ja havia sido adiado, e muito.

Não que eu fizesse muita questão que ele acontecesse.

E tipo...Eu sei que eu quase morri, que todos nós quase morremos. Que Lugan tem nossas vidas nas mãos e tudo mais...Mas a única expressão que eu consigo demonstrar para ele, falando daquela missão que bagunçou completamente minha vida a alguns anos não chega nem perto de ser medo...E sim nojo.



- Então era tudo sobre o Cristal Negro? Sabe o que é ENGRAÇADO Lugan? Mesmo depois que a nave explodiu, mesmo depois que caimos naquele planeta miseravel, nós NÃO HAVIAMOS desistido da missão. Eu ficava frequentemente lembrando Reynolds disso...Até o ponto que descobrimos que você resolveu nos tornar culpados e colocar recompensas nas nossas cabeças! "Fajuta"? Eu te mostro quem...

E um passo na direção de Lugan colocava todos os blasters apontados para ela, fazendo a caçadora de recompensas erguer os braços e voltar meia duzia de passos. Se ela tinha feito aquilo por impulso ou para mudar a situação era outra história. Faith respirava fundo ouvindo aquelas ordens antes de voltar a falar:

- Lugan...A gente acabou aprendendo um pouco a força sobre Jedis e Siths, mesmo que a gente consiga, eles vão vir atrás desse maldito cristal. Ok, eu vou entender se você tiver um acordo com algum Sith maluco, mas você quer mesmo se tornar inimigo dos Jedi dessa forma?

Era inútil, sabia que era. Não tínhamos muita escolha.

Mas ao menos dava para tentar arrancar mais alguns detalhes da trama.

Minha nave...Oba.

Sempre tão gentil....

Sentiu-se bem com o sorriso da mestra.

Era algo inédito, só conhecia o lado mais rígido dela.

Manteve-se próximo a ela, com as mãos ocultas em seu manto.

Ouviu o que o outro mestre Jedi falava… E não deixou de achá-lo um tanto quanto hipócrita.

Se ela escondia informações, tinha um motivo… Afinal ela era uma das sentinelas mais antigas do templo.

Bem como uma mestra, o que a fazia bem confiável.

Logo, se ele não confiava nela, e tentava desvendar seus motivos… Isso não fazia dele também alguém orgulhoso?

Afinal, todos estavam no mesmo time e tinham o mesmo objetivo. Se mestra Hatt escondia algo, com certeza era para o bem mútuo.

Haze apenas perdeu-se em pensamentos por alguns segundos, enquanto os ouvia em silêncio… Respeitando a hierarquia Jedi.

Tão logo conseguiram a nave, dirigiu-se até a cabine de pilotagem e sentou-se no copiloto, assistindo R3 trabalhar.

Esperava, conforme o tempo passasse, que o clima de animosidade criado pelo estranho mestre, do qual ele sequer sabia o nome, passasse.

E que, afinal, pudessem ajudar Rowena.

Tirando a parte da animosidade entre Sham Hatt e Seraph, era como se Rowena tivesse encontrado de certa maneira alguma esperança em se livrar da presença maligna de Darth Nihilus.

Entretanto lembrava-se das palavras da mestra de Raze dizendo que sem o cristal negro não seria possível ajudá-la.

Mas tirar o cristal da proteção dos jedi definitivamente era um risco que não podiam correr. Rowena torcia para que a ordem pudesse fazer algo.

Mas como já foi dito, não estava disposta a colocar a vida dos outros em risco para salvar a própria.

E era por esse motivo que, quando já estavam caminho e finalmente ela pode trocar o robe de dormir pelas vestes de padawan, ela sentou-se próximo a Raze, que ainda tinha seu sabre preso a cintura e assistia o droid pilotar a nave, e falou.

- Se for necessário, você me devolve, por hora, é mais seguro manter com você. - ficou alguns instantes em silêncio antes de continuar falando. - Obrigada por acreditar em mim, Raze. Que... não era eu ali. Não tem sido fácil, nem para mim e principalmente nem para as pessoas a minha vida. Mas eu quero acreditar que tudo vai dar certo.

Quanta rudeza. Os caras do Lugan ainda ficam cutucando minhas costas com as armas. Já entendi. Tô andando. Ao entrarmos na nave, Lugan começa a gritar com a gente. Normal. Já levei gritos piores. Exército Republicano, agiotas, ex namoradas.

Nate: Ok. Talvez a gente não tenha cumprido com o prometido, mas não foi culpa nossa. Caramba! Sabe o que são Siths? Basicamente Jedis do mal. Eles perseguiram a gente. Quase mataram a gente. Ainda tenho a cicatriz pra provar. E Lugan, mesmo que a gente efetivamente consiga botar as mãos no Cristal, o que vai ser difícil, considerando a quantidade de Jedis naquela academia, você honestamente quer uma guerra com um bando de espadachins luminosos com cortes de cabelo ruins? Porque eu vi tanto Jedis quanto Siths lutando. Sabe esse teu exército aí? Um garotinho deles consegue acabar com eles num piscar de olhos. Você tá dizendo que a gente te deve. Justo, muito justo. Mas mandar a gente numa missão suicida não vai te dar nada.

Sim, eu sei que ele provavelmente nem vai me ouvir. Mas a Faith tá tentando tirar informações do jeito dela( sim, eu fiquei perto o tempo suficiente para entender quando ela tá tentando descobrir algo) e eu, do meu. Mas eu sei que atingi um nervo. Lugan não está nem aí conosco. Nossa vida não representa nada, mas a possibilidade de uma guerra pode ser muito ruim para os negócios.